terça-feira, 31 de março de 2015


A criança e o seu desenvolvimento global através da relação com o mundo e com a escola.




        " Sabemos que o desenvolvimento infantil requer muitos cuidados, é uma área bastante delicada, pois trata-se de o início de uma grande jornada dos nossos pequeninos, nessa fase eles irão absorver o que lhes forem apresentados literalmente, eis aí a grande importância de estudarmos essa fase do desenvolvimento de nossas crianças, é aonde tudo começa, então vamos começar bem!... 

        Existem vários fatores que influenciam esse desenvolvimento, ou seja, a criança está inserida num contexto familiar onde ela poderá ser bem educada ou, muito pelo contrário, ela crescerá aprendendo a fumar, beber , a brigar e etc. A primeira educação é na família, é o primeiro contato social que a criança terá, é por isso que na minha opinião, o mais importante nesse desenvolvimento não é a herança genética, os genes e tudo mais, e sim essa primeira educação na família, ou seja, o meio poderá ser o maior  vilão na vida dessa criança, é como falei anteriormente, é aonde tudo começa.

      Existem várias concepções desse desenvolvimento humano, alguns estudiosos dizem que do nascimento até a morte o ser humano passa por diversas fases, é como dizia Sólon, governador de Atenas, segundo ele cada período iniciava com a mudanças físicas do próprio corpo, por exemplo,o primeiro período começa do nascimento até a queda da primeira dentição, o segundo com a puberdade e aparecimento de barbas, o terceiro com o crescimento dos membros, amadurecimento sexual, emfim, até a morte. Já segundo Freud dividiu essas fases segundo o desenvolvimento psicossexual do indivíduo, quando nasce, é a fase oral, em seguida fase anal, falítica, latência e genital respectivamente, essa última aos 12 anos de idade. E segundo a teoria de Gesell começa com o embrião, feto , Infância (até 2 anos), Pré-escolar (2  a 5 anos), Meninice( 5 a 12), Adolescência ( 12 a 20 anos), e por última a fase adulta. Piaget usando o cognitivo, dividiu esses estágios em três, Inteligência senso-motora (0 a 2 anos),  Inteligência operatório-concreta ( 2 a 11 anos) e Inteligência operatório-formal com 12 anos.   Porém é necessário reconhecer que cada ser humano é um ser único, com pais diferentes e necessidades distintas, por isso é muito difícil generalizar o tratamento com essas crianças, ou seja o mesmo plano de aula para todas por exemplo, nesse caso o pedagogo atua como mediador nesse processo".   

Roberto Gato de Oliveira.

até a próxima!!


"Em todas as eleições para Presidentes, Governadores e Prefeitos nesse Brasil, umas das primeiras propostas é "investir" em Educação. 
     Até quando vamos ser enganados!. O que traz mais indignação, é que nessas eleições  não existe proposta nenhuma para o carnaval, porém não falta recursos para essa porcaria de evento".

    Reflitam sobre isso 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Piaget e o desenvolvimento cognitivo da criança: primeiras aproximações


Piaget e o desenvolvimento cognitivo da criança: primeiras aproximações

Autor: Bruna Silva Santos
Data: 04/03/2015
RESUMO
O trabalho tem como finalidade realizar uma introdução sobre os estudos de Piaget, especificamente, seus conceitos que marcam a organização e estrutura do ensino no Brasil, influenciando de forma decisiva a prática pedagógica do cotidiano escolar. Neste âmbito, destacamos seus conceitos que caracterizam e explicam a estrutura cognitiva, visando compreender o desenvolvimento infantil e sua classificação de acordo com a idade. Discorremos brevemente sobre a formação e origem do pensamento piagetiano, bem como a influencia da filosofia na sua forma de pensar sobre a origem do conhecimento, levando-o a optar pela psicologia, enquanto disciplina que lhe permitiu organizar suas ideias cientificamente, através testes clínicos e analises com intervenção. Finalmente, compreendemos as razões que levam a eleger a teoria de Piaget no processo de ensino, pois a estrutura curricular da educação infantil, e do ensino fundamental está organizada tomando como base os estágios de desenvolvimento infantil formulado por Piaget.
 Palavras-chave: Piaget. Desenvolvimento infantil. Educação. 


1 INTRODUÇÃO


O período de formação no curso de Pedagogia é marcado pela vivência com crianças nas series iniciais do ensino fundamental. Refletindo sobre as questões que envolvem este ambiente escolar, com crianças de idades distintas, entre 5/6 e 10 anos, porem, com o mesmo objetivo, traçado por educadores no sentido de proporcionar o desenvolvimento cognitivo dos infantes, compreendemos que estudar sobre esta questão é fundamental ao profissional da educação que deseja contribuir para, este efetivo desenvolvimento infantil. Neste sentido, optamos por aprimorar nossos estudos sobre Jean Piaget (1896-1980) cuja contribuição à esta temática é indiscutível, principalmente no que se refere aos estudos sobre o desenvolvimento cognitivo da criança.

É importante que o professor compreenda o processo de aquisição do conhecimento por parte dos seus alunos, na medida em que esta compreensão possa contribuir na busca de estratégias que favoreçam o processo ensino e aprendizagem.

Uma das preocupações pertinentes ao trabalho, no espaço pedagógico escolar, é com o desenvolvimento cognitivo da criança. Neste sentido, considera-se importante que os profissionais da educação compreendam a necessidade de conhecimento nesta área. A ausência de formação adequada desses profissionais pode implicar em planejamentos e uso de estratégias que não correspondem as necessidades que proporcionam o desenvolvimento da criança, em sentido pleno.

Estudar o pensamento de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo da criança é fundamental na medida em que este pensador, influencia a estrutura e organização do ensino na educação escolar.

O trabalho foi realizado, a partir de pesquisa bibliográfica com fontes primarias e secundárias sobre Jean Piaget buscando refletir sobre sua contribuição no processo ensino e aprendizagem, considerando que o entendimento dos aspectos que norteiam este processo é fundamental à formação do educador.

Para desenvolver este trabalho, optamos por estruturá-lo em três seções na primeira discorrer sobre a formação de Jean Piaget (1896-1980), o qual apesar de ser licenciado em Ciências Naturais, demonstrou precocemente interesse por outras áreas, como por exemplo a Psicologia. Nesta área, seus estudos são reconhecidos mundialmente, principalmente no que se refere a busca de compreensão, através de pesquisas, de como se origina e como se estrutura o conhecimento, sendo estas pesquisas reconhecidas como Epistemologia Genética.

Na segunda, considerando os estudos de Delgado (2005), Piaget (1980) e (1982), Palangana (2001), procuramos discorrer sobre os conceitos piagetianos que explicam a estrutura cognitiva, e que são necessários à compreensão do desenvolvimento cognitivo e como se dá o processo ensino e aprendizagem. É importante destacar que, inicialmente, os estudos de Piaget não tinham a intenção de influenciar as práticas pedagógicas de ensino, entretanto suas pesquisas, principalmente as realizadas no Centro de Estudos da Fundação Rockfeller, talvez por se dedicarem aos assuntos interdisciplinares, tomou forma e ocupou de Piaget seu tempo para dedicar-se aos estudos sobre a epistemologia, a aprendizagem das estruturas lógicas. Estes estudos, posteriormente, serão utilizados na área educacional.

Finalmente, a terceira sessão pretende refletir sobre a influencia do pensamento piagetiano na educação, apontando especificamente para as questões relacionada a estrutura curricular e o processo de alfabetização. Nesta questão nos apoiaremos no trabalho de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999) sobre a Psicogênese da Língua Escrita, Micotti (1980) e Piaget (1980). Esta reflexão consideramos como essencial à formação de todo educador por acreditar na permanência das ideias de Piaget no desenvolvimento das práticas pedagógicas, no espaço escolar.

Ao se deparar com a obra piagetiana, nos damos conta de uma produção que abarca livros, artigos e outras produções de importância inegável. Entretanto, este trabalho, diante do tempo necessário à sua elaboração, limitou-se a tentar realizar as primeiras aproximações em relação aos estudos de Piaget sobre o desenvolvimento infantil e os aspectos que contribuem na estruturação do pensamento.


"A pedagogia é a base para todas as áreas do conhecimento. Seu poder de construção educacional é a alavanca do sucesso. Quando nascemos, logo nos primeiros anos de vida, já nos deparamos com situações que só podem ser explicadas através da pedagogia."


Roberto gato de Oliveira

 

sábado, 28 de março de 2015

Dinâmicas Educativas para Crianças de 0 a 5 anos


Dinâmicas Educativas para crianças de 0 a 4 anos

Brincadeiras educativas para crianças de 4 a 5 anos

Jogos e Brinquedos Educativos 

Mais jogos    

   



Videos e Filmes sobre Pedagogia

Você que é professor ou aluno,
Assistam esses vídeos,  Muito Bons!!

Resumão de História da Educação Brasileira - Youtube
Pedagogia do Oprimido - Paulo freire  
Função do Docente  
Lei de Diretrizes e Bases - Introdução  
Pedagogia da Autonomia
Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem
Última entrevista a Paulo Freire - parte 1  
Última entrevista a Paulo Freire - parte 2
Filme Completo: A Reforma Protestante - Martinho Lutero
Mario Sergio Cortela - Qual a Postura ideal do Professor?  
Mario Sergio Cortela. - Que força tem a televisão? 
Palestra Completa de Mário Sérgio Cortella sobre Vida e Carreira
A arte de liderar - Mário Sérgio Cortella. 
Paradigmas da Tecnologia na Educação - HD - Mário Sérgio Cortella 
As Novas Tecnologias em Sala de Aula  
O segredo do Sucesso: Trabalho em Equipe 
A Arte do Otimismo  
A Ilha.mpg 
Nos Limites da Sala de Aula

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 







 
 









Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas



Artigos de demanda contínua

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos...


Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR 3
Pedagogia e pedagogos:
inquietações e buscas
José Carlos Libâneo*
 


                                                RESUMO


Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais contemporâneos
é a ampliação do conceito de educação e a diversificação das atividades
educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação da ação
pedagógica na sociedade. Em várias esferas da prática social, mediante as
modalidades de educação informais, não-formais e formais, amplia-se a
produção e disseminação de saberes e modos de ação (conhecimentos,
conceitos, habilidades, hábitos, procedimentos, crenças, atitudes), levando
a práticas pedagógicas. Estamos diante de uma sociedade genuinamente
pedagógica, conforme expressão de Beillerot. Nesses termos, minhas
considerações neste artigo procuraram mostrar que a Pedagogia tem
um papel fundamental na discussão dos rumos da educação brasileira,
particularmente nesse momento de implantação da nova LDB.
Palavras-chave: Pedagogia, prática social, formação de professores, LDB.
Introdução: a sociedade pedagógica
Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais contemporâneos
é a ampliação do conceito de educação e a diversificação das atividades
educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação da ação
pedagógica na sociedade. Em várias esferas da prática social, mediante as
modalidades de educação informais, não-formais e formais, é ampliada a produção
e disseminação de saberes e modos de ação (conhecimentos, conceitos,
habilidades, hábitos, procedimentos, crenças, atitudes), levando a práticas
pedagógicas. Estamos diante de uma sociedade genuinamente pedagógi-
* Universidade Católica de Goiás.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos...
4 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
ca, conforme expressão de BEILLEROT (1985).
Apesar disso, a Pedagogia como campo de estudos específicos vive,
hoje, no Brasil, um grande paradoxo. Por um lado, está em alta na sociedade.
Nos meios profissionais, políticos, universitários, sindicais, empresariais, nos
meios de comunicação, nos movimentos da sociedade civil, verificamos uma
redescoberta da Pedagogia. Observamos uma movimentação na sociedade
mostrando uma ampliação do campo do educativo com a conseqüente repercussão
no campo do pedagógico. Enquanto isso, essa mesma Pedagogia está
em baixa entre intelectuais e profissionais do meio educacional, com uma
forte tendência em identificá-la apenas com a docência, quando não para
desqualificá-la como campo de saberes específicos. Os próprios pedagogos –
falo especificamente dos que lidam com a educação escolar – parecem estar
se escondendo de sua profissão ao não fazerem frente às investidas contra a
Pedagogia e ao exercício profissional dos pedagogos especialistas, adotando
uma atitude desinteressada frente à especificidade dos estudos pedagógicos e
aos próprios conteúdos e processos que eles representam. Por razões ainda
muito pouco esclarecidas, boa parte dos sociólogos da educação, psicólogos
da educação, filósofos da educação, que têm seus empregos e suas pesquisas
em faculdades de educação, vêm se mobilizando pela desativação dos estudos
específicos da Pedagogia.
Entretanto, a sociedade atual é eminentemente pedagógica, ao ponto de
ser chamada de sociedade do conhecimento. Vejamos alguns exemplos. Está
se acentuando o poder pedagógico dos meios de comunicação: TV, imprensa,
escrita, rádio, revistas, quadrinhos. A mídia se especializa em fazer cabeças,
não apenas no campo econômico, político; especialmente no campo moral,
vemos diariamente a veiculação de mensagens educativas, a disseminação de
saberes e modos de agir através de programas, vinhetas e chamadas sobre
educação ambiental, AIDS, drogas, saúde. Há práticas pedagógicas nos jornais,
nas rádios, na produção de material informativo, tais como livros didáticos
e paradidáticos, enciclopédias, guias de turismo, mapas, vídeos, revistas;
na criação e elaboração de jogos, brinquedos; nas empresas, há atividades
de supervisão do trabalho, orientação de estagiários, formação profissional
em serviço. Há uma prática pedagógica nas academias de educação física,
nos consultórios clínicos. Na esfera dos serviços públicos estatais, são disseminadas
várias práticas pedagógicas de assistentes sociais, agentes de saúde,
agentes de promoção social nas comunidades etc. São práticas tipicamente
pedagógicas. Os programas sociais de medicina preventiva, informação sanitária,
orientação sexual, recreação, cultivo do corpo, assim como práticas pedagógicas
em presídios, hospitais, projetos culturais são ampliados. Ano a
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos...
Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR 5
ano aumenta o número de congressos, simpósios, seminários. São desenvolvidas,
em todo o lugar, iniciativas de formação continuada nas escolas, nas
indústrias. As empresas reconhecem a necessidade de formação geral como
requisito para enfrentamento da intelectualização do processo produtivo.
Considerando, ainda, os vínculos entre educação e economia, as mudanças
recentes no capitalismo internacional colocam novas questões para a
Pedagogia. O mundo assiste hoje à 3.a Revolução Industrial, caracterizada
pela internacionalização da economia, por inovações tecnológicas em vários
campos, como a informática, a microeletrônica, a bioenergética. Essas transformações
tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo,
de novos sistemas de organização do trabalho, mudança no perfil profissional
e novas exigências de qualificação dos trabalhadores, o que acaba afetando
o sistema de ensino. Não é casual que parcela do empresariado, surpreendentemente,
esteja redescobrindo o papel da escola na formação geral,
para além do interesse pela requalificação profissional. De fato, com a
“intelectualização” do processo produtivo, o trabalhador não pode mais ser
improvisado. São requeridas novas habilidades, mais capacidade de abstração,
de atenção, um comportamento profissional mais flexível. Para tanto, a
necessidade de formação geral se repõe, implicando reavaliação dos processos
de aprendizagem, familiarização com os meios de comunicação e com a
informática, desenvolvimento de competências comunicativas, de capacidades
criativas para análise de situações novas e cambiantes, capacidade de
pensar e agir com horizontes mais amplos. Estamos frente a exigências de
formação de um novo educador.
Verificamos, assim, uma ação pedagógica múltipla na sociedade, em
que o pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar
formal, abrangendo esferas mais amplas da educação informal e não-formal,
criando formas de educação paralela, desfazendo praticamente todos os nós
que separavam escola e sociedade.
Natureza e identidade da Pedagogia. O que é a Pedagogia, quem é o
pedagogo?
A idéia de senso comum, inclusive de muitos pedagogos, é a de que Pedagogia
é ensino, ou melhor, o modo de ensinar. Uma pessoa estuda Pedagogia
para ensinar crianças. O pedagógico seria o metodológico, o modo de fazer, o
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6 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
modo de ensinar a matéria. Trabalho pedagógico seria o trabalho de ensinar, de
modo que o termo pedagogia estaria associado exclusivamente a ensino.
Há, de fato, uma tradição na história da formação de professores no
Brasil segundo a qual pedagogo é alguém que ensina algo. Essa tradição teria
se firmado no início da década de 30, com a influência tácita dos chamados
“pioneiros da educação nova”, tomando o entendimento de que o curso de
Pedagogia seria um curso de formação de professores para as séries iniciais
da escolarização obrigatória. O raciocínio é simples: educação e ensino dizem
respeito a crianças (inclusive porque “peda”, do termo pedagogia, é do
grego “paidós”, que significa criança). Ora, ensino se dirige a crianças, então
quem ensina para crianças é pedagogo. E para ser pedagogo, ensinador de
crianças, é preciso fazer um curso de Pedagogia. Foi essa idéia que permaneceu
e continua viva na experiência brasileira de formação de professores.
Aliás, a aceitar esse raciocínio, não sabemos porque os cursos de licenciatura
também não receberam a denominação de cursos de Pedagogia.
A idéia de conceber o curso de Pedagogia como formação de professores,
a meu ver, é muito simplista e reducionista, é, digamos, uma idéia de
senso comum. A Pedagogia se ocupa, de fato, com a formação escolar de
crianças, com processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas, antes
disso, ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante.
Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua
totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da
ação educativa. O didata alemão SCHIMIED-KOWARZIK (1983) chama a
Pedagogia de ciência da e para a educação, portanto é a teoria e a prática da
educação. Ela tem um caráter ao mesmo tempo explicativo, praxiológico e
normativo da realidade educativa, pois investiga teoricamente o fenômeno
educativo, formula orientações para a prática a partir da própria ação prática
e propõe princípios e normas relacionados aos fins e meios da educação.
Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo
sistemático da educação − do ato educativo, da prática educativa como componente
integrante da atividade humana, como fato da vida social, inerente
ao conjunto dos processos sociais. Não há sociedade sem práticas educativas.
Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o fenômeno educativo,
sobre as práticas educativas, para poder ser uma instância orientadora do trabalho
educativo. Ou seja, ela não se refere apenas às práticas escolares, mas a
um imenso conjunto de outras práticas. O campo do educativo é bastante
vasto, uma vez que a educação ocorre em muitos lugares e sob variadas modalidades:
na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação,
na política, na escola. De modo que não podemos reduzir a educação ao
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ensino e nem a Pedagogia aos métodos de ensino. Por conseqüência, se há
uma diversidade de práticas educativas, há também várias pedagogias: a pedagogia
familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação
etc., além, é claro, da pedagogia escolar.
Podemos dizer, então, que a toda educação corresponde uma pedagogia.
Mas o que entendemos sobre esse termo que denominamos educação
ou prática educativa? Educação compreende o conjunto dos processos, influências,
estruturas e ações que intervêm no desenvolvimento humano de
indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num
determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando a
formação do ser humano. A educação é, assim, uma prática humana, uma
prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais,
espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana
individual e grupal. Escreve a esse respeito o pedagogo alemão
SCHMIED-KOWARZIK (1983):
A educação é uma função parcial integrante da produção e reprodução
da vida social, que é determinada por meio da tarefa natural e, ao mesmo
tempo, cunhada socialmente da regeneração de sujeitos humanos, sem
os quais não existiria nenhuma práxis social. A história do progresso
social é simultaneamente também um desenvolvimento dos indivíduos
em suas capacidades espirituais e corporais e em suas relações mútuas.
A sociedade depende tanto da formação e da evolução dos indivíduos
que a constituem, quanto estes não podem se desenvolver fora das
relações sociais.
São esses processos formativos que constituem o objeto de estudo
da Pedagogia. Mas esse conjunto de processos intervem através de quê?
Basicamente através da comunicação e intercâmbio da experiência humana
acumulada, isto é, dos saberes e modos de agir construídos pela humanidade.
A educação está ligada a processos de comunicação e interação
pelos quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades,
técnicas, atitudes, valores existentes no meio culturalmente organizado
e, com isso, ganham o patamar necessário para produzir outros saberes,
técnicas, valores etc. É intrínseco ao ato educativo seu caráter de
mediação, mediante o qual favorece o desenvolvimento dos indivíduos na
dinâmica sociocultural de seu grupo, sendo que o conteúdo dessa mediaLIBÂNEO,
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8 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
ção são os saberes e modos de ação, isto é, a cultura que vai se convertendo
em patrimônio do ser humano.1
É uma questão, pois, de entender a pedagogia como prática cultural,
forma de trabalho cultural, que envolve uma prática intencional de produção
e internalização de significados. É esse caráter de mediação cultural que
explica as várias educações, suas modalidades e instituições, entre elas a educação
escolar. Também daí decorrem as várias projeções do educativo em
projetos nacionais, regionais, locais, que expressam intenções e ações logo
materializadas nos currículos.
Mas há, ainda, um elemento importante do conceito de educação a ser
destacado. A educação é uma prática social que busca realizar nos sujeitos
humanos as características de humanização plena. Todavia, toda educação se
dá em meio a relações sociais. Numa sociedade em que essas relações se dão
entre grupos sociais antagônicos, com diferentes interesses, em relações de
exploração de uns sobre outros, a educação só pode ser crítica, pois a
humanização plena implica a transformação dessas relações. Isso significa
que a Pedagogia lida com o fenômeno educativo enquanto expressão de interesses
sociais em conflito na sociedade em que vivemos. É por isso que a
Pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma direção explícita
da ação educativa relacionada com um projeto de gestão social e política da
sociedade. Dizer do caráter pedagógico, da prática educativa, é dizer que a
1 É inevitável o reconhecimento de que a Pedagogia está associada à transmissão-apropriação
de conhecimentos, mas é preciso dar a essa expressão um sentido bastante amplo. Daí a
conveniência de entender os termos conhecimentos e conteúdos no sentido de saberes, saberesconhecimentos,
saberes-experiências, saberes-habilidades, saberes-valores. LERNER e
SKATKIN (1984) destacam quatro elementos da cultura que precisam ser apropriados por todas
as pessoas: 1) os conhecimentos sobre a natureza, a sociedade, o pensamento, a técnica e os
modos (ou métodos) de atuação; 2) a experiência prática de colocar esses métodos em ação
expressa em habilidades e hábitos intelectuais e práticos; 3) a experiência da atividade humana
criadora na busca de soluções para novos problemas; 4) os conhecimentos avaliativos referentes
às normas de relação com o mundo, de uns com os outros, expressos num sistema de valores
morais, estéticos e emocionais; BEILLEROT (1985) escreve que a pedagogia e sobretudo a
ação pedagógica é, “por um lado, a imposição [...] de um sentido cultural arbitrário e, por outro
lado, uma prática, ou seja, um conjunto de comportamentos e ações conscientes e voluntárias de
transmissão de saberes [...], por explicações que apelam à razão de uma ou mais pessoas, com a
finalidade de (a) modificar os comportamentos, os afetos, as representações dos ensinados [...];
(b) fazer e adquirir métodos e regras fixas que permitam fazer face a situações conhecidas que
se reproduzem com regularidade; (c) fazer agir.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos...
Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR 9
Pedagogia, a par de sua característica de cuidar dos objetivos e formas
metodológicas e organizativas de transmissão de saberes e modos de ação em
função da construção humana, implica, explicitamente, em objetivos éticos e
em projetos políticos de gestão social.
Há, pois, duas características fundamentais do ato educativo intencional:
primeiro, a de ser uma atividade humana intencional; segundo, a de ser
uma prática social. No primeiro caso, sendo a educação uma relação de influências
entre pessoas, há sempre uma intervenção voltada para fins desejáveis
do processo de formação, conforme opções do educador quanto à concepção
de homem e sociedade, ou seja, há sempre uma intencionalidade educativa,
implicando escolhas, valores, compromissos éticos. No segundo caso, a educação
é um fenômeno social, ou melhor, uma prática social que só pode ser
compreendida no quadro do funcionamento geral da sociedade da qual faz
parte. Isso quer dizer que as práticas educativas não se dão de forma isolada
das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma
sociedade, estando subordinadas a interesses sociais, econômicos, políticos e
ideológicos de grupos e classes sociais. Sendo assim, ao investigar questões
atinentes à formação humana e práticas educativas correspondentes, a Pedagogia
começa perguntando que interesses estão por detrás das propostas educacionais.
Precisamente por isso, a ação pedagógica dá uma direção, um rumo,
às praticas educativas conforme esses interesses. O processo educativo se
viabiliza, portanto, como prática social precisamente por ser dirigido pedagogicamente.
Em outras palavras, é o caráter pedagógico que introduz o elemento
diferencial nos processos educativos que se manifestam em situações históricas
e sociais concretas. Precisamente pelo fato de a prática educativa se desenvolver
no seio de relações entre grupos e classes sociais é que é ressaltada
a mediação pedagógica para determinar finalidades sociopolíticas e formas
de intervenção organizativa e metodológica do ato educativo.
E o campo do didático? Na linguagem comum, é freqüente a identificação
entre o pedagógico e o didático, ou seja, falamos indistintamente de
ações pedagógicas e ações didáticas. A meu ver, esses termos estão interrelacionados,
mas não são sinônimos. O didático se refere especificamente
à teoria e prática do ensino e aprendizagem, considerando o ensino como
um tipo de prática educativa, vale dizer, uma modalidade de trabalho pedagógico.
Dessa forma, o trabalho docente é pedagógico porque é uma atividade
intencional, implicando uma direção (embora nem todo trabalho pedagógico
seja trabalho docente). O que significa dizer que todo ensino supõe
uma “pedagogização”, isto é, supõe uma direção pedagógica (intencioLIBÂNEO,
J. C. Pedagogia e pedagogos...
10 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
nal, consciente, organizada), de modo a converter as bases da ciência em
matéria de ensino.2
Em resumo, a Pedagogia, mediante conhecimentos científicos, filosóficos
e técnico-profissionais, investiga a realidade educacional em transformação,
para explicitar objetivos e processos de intervenção metodológica e
organizativa referentes à transmissão/assimilação de saberes e modos de ação.
Ela visa o entendimento, global e intencionalmente dirigido, dos problemas
educativos e, para isso, recorre aos aportes teóricos providos pelas demais
ciências da educação.
A Pedagogia e as demais ciências da educação
A Pedagogia não é, certamente, a única área científica que tem a educação
como objeto de estudo. Também a Sociologia, a Psicologia, a Economia
e a Lingüística podem se ocupar de problemas educativos para além de
seus próprios objetos de investigação e, nessa medida, os resultados de seus
estudos são imprescindíveis para a compreensão do educativo. Entretanto,
cada uma dessas ciências aborda o fenômeno educativo sob a perspectiva de
seus próprios conceitos e métodos de investigação. É a Pedagogia que pode
postular o educativo propriamente dito e ser ciência integradora dos aportes
das demais áreas. O que não quer dizer, todavia, que ela, por isso, possa ocupar
lugar hierarquicamente superior às demais.
A pedagogia, com isso, é um campo de estudos com identidade e problemáticas
próprias. Seu campo compreende os elementos da ação educativa
2 “Pedagogizar” a ciência a ser ensinada significa submeter os conteúdos científicos a
objetivos explícitos de cunho ético, filosófico, político, que darão uma determinada direção
(intencionalidade) ao trabalho com a disciplina e a formas organizadas do ensino. Nesse sentido,
converter a ciência em matéria de ensino, é colocar parâmetros pedagógico-didáticos na
docência da disciplina, ou seja, juntar os elementos 1ógico-científicos da disciplina com os
político-ideológicos, éticos, psicopedagógicos e os propriamente didáticos. Isso quer dizer que
para ensinar Matemática não basta ser um bom especialista em Matemática, é preciso que o
professor agregue o pedagógico-didático, ou seja, que tenha em mente as seguintes indagações:
que conteúdos da Matemática-ciência devem se constituir na Matemática-matéria de ensino,
visando a formação dos alunos? A que objetivos sociopolíticos serve o conhecimento escolar da
Matemática? Que representações, atitudes e convicções são formadas em cima do conhecimento
matemático? Que habilidades, hábitos, métodos, modos de agir, ligados a essa matéria, podem
auxiliar os alunos a agirem praticamente frente a situações concretas da vida? Que seqüência
de conteúdos é mais adequada à aprendizagem dos alunos, considerando sua idade, nível de
escolarização, conceitos já disponíveis dos alunos etc.?
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos...
Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR 11
e sua contextualização, tais como o aluno enquanto sujeito do processo de
socialização e aprendizagem, os agentes de formação (inclusive a escola e o
professor), as situações concretas em que se dão os processos formativos (inclusive
o ensino), o saber como objeto de transmissão/assimilação, o contexto
socioinstitucional das instituições (inclusive as escolas e salas de aula).
Resumidamente, o objetivo do pedagógico se configura na relação entre os
elementos da prática educativa: o sujeito que se educa, o educador, o saber e
os contextos em que ocorrem.
Essa problemática nenhuma das demais ciências trata especificamente.
Quando um psicólogo investiga ou atua no campo educacional, ele aplica
aí os conceitos e métodos da Psicologia e os resultados que obtém são de
ordem psicológica (ESTRELA, 1992). O mesmo ocorre com a Sociologia,
Economia etc. À Pedagogia cabe integrar os enfoques parciais dessas diversas
ciências em função de uma aproximação global e intencionalmente dirigida
aos problemas educativos.
O exercício profissional do pedagogo: somos muitos pedagogos
Quem, então, pode ser chamado de pedagogo? O pedagogo é o profissional
que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente
ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de
saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente
definidos em sua contextualização histórica.
Esse entendimento permite falar de três tipos de pedagogos: 1) pedagogos
lato sensu, já que todos os profissionais se ocupam de domínios e problemas
da prática educativa em suas várias manifestações e modalidades, são, genuinamente,
pedagogos. São incluídos, aqui, os professores de todos os níveis e
modalidades de ensino; 2) pedagogos stricto sensu, como aqueles especialistas
que, sempre com a contribuição das demais ciências da educação e sem
restringir sua atividade profissional ao ensino, trabalham com atividades de
pesquisa, documentação, formação profissional, educação especial, gestão
de sistemas escolares e escolas, coordenação pedagógica, animação
sociocultural, formação continuada em empresas, escolas e outras instituições;
3) pedagogos ocasionais, que dedicam parte de seu tempo em atividades
conexas à assimilação e reconstrução de uma diversidade de saberes.
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12 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
O curso de Pedagogia se destina a formar o pedagogo-especialista,
isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos,
para atender demandas socioeducativas (de tipo formal, não-formal e informal)
decorrentes de novas realidades, tais como novas tecnologias, novos
atores sociais, ampliação do lazer, mudanças nos ritmos de vida, sofisticação
dos meios de comunicação. Além disso, informar as mudanças
profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental, nos serviços
de lazer e animação cultural, nos movimentos sociais, nos serviços
para a terceira idade, nas empresas, nas várias instâncias de educação de
adultos, nos serviços de psicopedagogia, nos programas sociais, na televisão
e na produção de vídeos e filmes, nas editoras, na educação especial,
na requalificação profissional etc.
A caracterização de pedagogo-especialista é necessária para distinguilo
do profissional docente. Importa formalizar uma distinção entre trabalho
pedagógico (atuação profissional em um amplo leque de práticas educativas)
e trabalho docente (forma peculiar que o trabalho pedagógico assume na escola).
Caberia, também, entender que todo trabalho docente é trabalho pedagógico,
mas que nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente.
Fica claro, portanto, que há uma diversidade de práticas educativas na
sociedade e, em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está
presente a ação pedagógica. A contemporaneidade mostra uma “sociedade
pedagógica”, revelando amplos campos de atuação pedagógica. A partir de
indicações de BEILLEROT (1985), podemos definir para o pedagogo duas
esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar.
No campo da ação pedagógica escolar, há três tipos de atividades que se
distinguem:
a) a de professores do ensino público e privado, de todos os níveis de
ensino e dos que exercem atividades correlatas fora da escola convencional;
b) a de especialistas da ação educativa escolar operando nos níveis centrais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores
pedagógicos, gestores, administradores escolares, planejadores, coordenadores,
orientadores educacionais etc.);
c) especialistas em atividades pedagógicas paraescolares atuando em
órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, envolvendo associações
populares, educação de adultos, clínicas de orientação pedagógica/
psicológica, entidades de recuperação de portadores de
necessidades especiais etc. (instrutores, técnicos, animadores, consultores,
orientadores, clínicos, psicopedagogos etc.).
No campo da ação pedagógica extra-escolar, há profissionais que exerLIBÂNEO,
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cem sistematicamente atividades pedagógicas e os que ocupam apenas
parte de seu tempo nessas atividades:
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores,
orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (nãoescolares),
em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas
às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção
social etc.;
b) formadores ocasionais, que ocupam parte de seu tempo em atividades
pedagógicas, em órgãos públicos estatais, não-estatais e empresas,
referentes à transmissão de saberes e técnicas ligados a outra
atividade profissional especializada. Falo, por exemplo, de engenheiros,
supervisores de trabalho, técnicos etc., que dedicam boa parte de
seu tempo a supervisionar ou ensinar trabalhadores no local de trabalho,
orientar estagiários etc. Nessa categoria, são incluídos trabalhadores
sociais, monitores e instrutores de recreação e educação física,
bem como profissionais das mais diversas áreas, nas quais ocorre
algum tipo de atividade pedagógica, tais como: administradores de
pessoal, redatores de jornais e revistas, comunicadores sociais e apresentadores
de programas de rádio e TV, criadores de programas de
TV, de vídeos educativos, de jogos e brinquedos, elaboradores de
guias urbanos e turísticos, mapas, folhetos informativos, agentes de
difusão cultural e científica etc.
O campo da atividade pedagógica extra-escolar é extenso. Poderíamos
incluir no item da educação extra-escolar toda a gama de agentes pedagógicos
que atuam no âmbito da vida privada e social: pais, parentes, trabalhadores
voluntários em partidos políticos, sindicatos, associações, centros
de lazer etc.
Obviamente, não cabe imaginar que um curso de Pedagogia venha a
incluir a formação de todos os profissionais mencionados. Por exemplo, várias
categorias de profissionais do segundo grupo são pedagogos apenas em
sentido amplo (podemos dizer que realizam uma atividade de cunho pedagógico).
Em todo caso, poderíamos prever para esses “formadores ocasionais”
formas também ocasionais de suprimento de capacitação profissional, tais
como cursos de aperfeiçoamento ou atualização dentro, talvez, de atividades
de extensão universitária. O mesmo pode ser dito em relação à formação de
agentes pedagógicos que atuam na vida privada e social (cursos para pais,
cursos de costura, culinária, línguas etc.).
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14 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
A formação dos pedagogos
Tudo o que vimos dizendo até aqui nos leva a afirmar que os legítimos
profissionais da educação são pedagogos, uns especialistas outros docentes.
Esses profissionais da educação devem ser formados, predominantemente,
nas atuais Faculdades de Educação, que oferecerão curso de Pedagogia para
atividades escolares e extra-escolares, cursos de formação de professores para
toda a Educação Básica, programa especial de formação pedagógica e programas
de educação continuada.
O curso de Pedagogia será destinado à formação de profissionais interessados
em estudos do campo teórico-investigativo da educação e no exercício
técnico-profissional, como pedagogos no sistema de ensino, nas escolas e
em outras instituições educacionais, inclusive as não-escolares.
Os cursos de formação de professores e os programas mencionados,
abrangendo todos os níveis da Educação Básica, serão realizados num Centro
de Formação, Pesquisa e Desenvolvimento Profissional de Professores –
CFPD, que integrará a estrutura organizacional das Faculdades de Educação
e se destinará à formação de professores para a Educação Básica, da Educação
Infantil ao Ensino Médio.
O curso de Pedagogia e a formação de pedagogos.
O termo pedagogia se aplica ao campo teórico-investigativo da educação
(em conexão com as demais ciências da educação) e ao campo técnicoprofissional
de formação do profissional não diretamente docente e, o de
“pedagogo”, ao profissional formado nesse curso. É dissolvida, assim, a designação
pedagogia para identificar o curso de formação de professores para
as séries iniciais do ensino fundamental, postulando a regulamentação do curso
de Pedagogia destinado a oferecer formação teórica, científica e técnica para
interessados em aprofundamento na teoria pedagógica, na pesquisa pedagógica
e no exercício de atividades pedagógicas específicas − planejamento de
políticas educacionais, gestão do sistema de ensino e das escolas.
Proponho que os profissionais da educação formados pelo curso de Pedagogia
venham a atuar em vários campos sociais da educação, decorrentes
de novas necessidades e demandas sociais a serem regulados profissionalmente.
Tais campos são: as escolas e os sistemas escolares; os movimentos
sociais; as diversas mídias, incluindo o campo editorial; a áreas da saúde; as
empresas; os sindicatos e outros que se fizerem necessários. Em todos esses
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campos de exercício profissional, desenvolverá funções de formulação e gestão
de políticas educacionais; organização e gestão de sistemas de ensino e de
escolas; planejamento, coordenação, execução e avaliação de programas e
projetos educacionais, relativos às diferentes faixas etárias (criança, jovens,
adultos, terceira idade); formação de professores; assistência pedagógico-didática
a professores e alunos; avaliação educacional; pedagogia empresarial;
animação cultural; produção e comunicação nas mídias; produção e difusão
do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional e outros campos
de atividade educacional, inclusive os não-escolares.
Portanto, a formação dos profissionais da educação deve contemplar a
preparação daqueles profissionais da área educacional demandados pela sociedade
brasileira, em sua configuração atual, para atuarem na organização e
na gestão de todos os segmentos do sistema nacional de ensino. Com igual
insistência, é também necessária a formação de estudiosos que se dediquem à
construção do conhecimento científico na área, uma vez que a educação também
é considerada como um campo teórico-investigativo e que a produção
desse conhecimento é requisito fundante de toda formação técnica e docente.
Assim, a formação do profissional da educação é vista sob uma tríplice perspectiva:
visa formar um profissional que possa atuar como docente(atual licenciado),
como especialista (detentor das atuais habilitações) e como pesquisador
(o atual bacharel, como essa modalidade tem sido mantida).
É destacada, nesse quadro, a formação de profissionais da educação
para atuar em contextos não-escolares. É acentuada a consciência atual da
importância e da necessidade da intervenção participante e eficaz desses profissionais
no âmbito das práticas socioculturais desenvolvidas, tendo em vista
que processos pedagógicos informais estão sempre implícitos nas práticas,
efetivadas no plano coletivo e comunitário. Assim, desde as iniciativas de
programas de educação popular, dirigidos aos mais heterogêneos segmentos
da população não formalmente escolarizada, até as propostas de intervenção
pedagógica nas atividades de cunho cultural, desenvolvidas pelos novos e
sofisticados meios de comunicação de massa, passando pela necessária liderança
nos diversos movimentos sociais, a presença e a participação de profissionais
da educação se fazem relevantes e imprescindíveis. Até hoje, a preparação
formal e sistematizada de agentes e lideranças culturais que se especializassem
no exercício de funções pedagógicas nesses ambientes não-escolares
não recebeu a devida atenção, levando em conta sua importância como
mediadores da educabilidade, necessária e capilarmente presente mesmo no
processo informal de consolidação de uma cultura que seja articulada com
uma proposta de construção da cidadania. Assim, é reivindicada, com toda a
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legitimidade, a presença atuante de profissionais dotados de capacitação pedagógica
para atuarem nas mais diversas instituições e ambientes da comunidade:
nos movimentos sociais, nos meios de comunicação de massa, nas empresas,
nos hospitais, nos presídios, nos projetos culturais e nos programas
comunitários de melhoria da qualidade de vida. Essa participação pedagógica
também exige preparação prévia, sistemática e qualificada.
O Centro de Formação de Professores nas Faculdades de Educação
O Centro de Formação, Pesquisa e Desenvolvimento Profissional de
Professores terá quatro objetivos: a) formação e preparação profissional de
professores para atuarem na Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental
(1.a a 8.a séries) e Ensino Médio; b) desenvolver, em colaboração
com outras instituições (Estado, Sindicatos etc.), a formação contínua e o
desenvolvimento profissional dos professores; c) realizar pesquisas na área
de formação e desenvolvimento profissional de professores; d) preparação
profissional de professores que atuam no Ensino Superior. Esses objetivos
configuram um projeto pedagógico próprio para a formação e o desenvolvimento
profissional de professores.
A inserção na estrutura das Faculdades de Educação do CFPD pretende
ser uma virada de rumo na formação de professores. É preciso uma mudança
radical nas formas institucionais e curriculares de formação de professores,
superando o atual esquema do bacharelado e da licenciatura, que não respondem
mais às necessidades prementes de qualificação profissional para um
tempo novo. Centrar a formação de professores numa instituição modelar
como as Faculdades de Educação e atribuir-lhe a responsabilidade de
concatenar, no âmbito das universidades, as políticas e planos de formação de
professores em estreita articulação com os institutos, faculdades ou departamentos
das áreas específicas pode ser a garantia não apenas de melhoria da
qualidade da formação, mas de assegurar a profissionalidade do professorado,
de modo a que se configure sua identidade e estatuto profissional.
A institucionalização do CFPD possibilita a incorporação dos princípios
que os educadores construíram ao longo dos últimos anos em seus movimentos,
encontros, pesquisas e debates , tais como:
a) instituição de uma escola específica para a formação de professores,
voltada para a profissionalidade docente, o desenvolvimento profissional
e construção da identidade de professor;
b) reconhecimento de que a identidade profissional do professor se constitui
da dimensão epistemológica e profissional. A epistemológica
compreende a docência como confluência de quatro campos de coLIBÂNEO,
J. C. Pedagogia e pedagogos...
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nhecimentos específicos (conteúdos das diversas áreas do saber e do
ensino, conteúdos pedagógico-didáticos, conteúdos de saberes pedagógicos
mais amplos, conteúdos relacionados com o sentido da existência
humana). A profissional compreende um campo específico de
intervenção profissional na prática social;
c) indissociabilidade entre teoria e prática, entendendo que o curso de
formação e as escolas são espaços de formação teórica e prática, observando
um regime pelo qual os estudantes alternam períodos de
permanência nas escolas e na universidade;
d) compreensão da pesquisa como componente essencial da/na formação,
de modo que a pesquisa da prática se constitua como princípio
formativo e princípio cognitivo, além de objeto de reflexão/formação;
e) permanência dos graduandos nas escolas, em atividades de estágio,
com a finalidade de promover a observação, experimentos e análises
das situações de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento de atividades
que propiciem a reflexão, a discussão teórica e a elaboração de
hipóteses, o exercício da docência;
f) instituição de formas de trabalho coletivo e interdisciplinar;
g) visão de totalidade do processo escolar/educacional, compromisso
social e ético (trabalho docente como profissão pública).
Os desafios contemporâneos da Pedagogia: inquietações e buscas
A discussão sobre a Pedagogia, a formação do pedagogo, da mesma forma
que os cursos de formação de professores para o ensino fundamental e médio,
persiste em impasse. Como eu dizia no inicio, a Pedagogia, no Brasil, vive
um grande paradoxo: enquanto é verificada uma intensa pedagogização da sociedade
com o impacto das inovações tecnológicas, da informática, dos meios
de comunicação, da difusão cultural e científica e da propaganda; no meio educacional,
ela se encontra no descrédito, assim como a atividade docente.
Conforme mencionado anteriormente, a Pedagogia como campo científico
foi perdendo prestígio e espaço acadêmico com o movimento da educação
nova a partir dos anos 20 e, mais tarde, com o tecnicismo educacional,
depois com a onda crítico-reprodutivista dos anos 70-80. Mais recentemente,
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a carga de contestação vem do chamado pensamento pós-moderno, uma vez
que a Pedagogia se constituiu dentro do mundo “moderno” e representa ainda
o ideário iluminista. É nosso entendimento que, de fato, a condição pós-moderna
põe à educação desafios bastante concretos. Ao mesmo tempo, pensamos
que a Pedagogia, herdeira dos ideais da modernidade, precisa continuar
postulando seus ideais numa perspectiva crítica, todavia “no interior das condições
de existência do mundo pós-moderno e não em oposição a elas”
(GIROUX, 1993).
Nessa perspectiva, quais são os desafios e buscas postos presentemente
à Pedagogia? Destaco, em seguida, alguns pontos que precisam se constituir
em projetos de investigação:
1) Reafirmar a educação como capacitação para a autodeterminação
racional, pela formação da razão crítica.
A Pedagogia precisa reafirmar seu compromisso com a razão, com a
busca da emancipação, da autonomia, da liberdade intelectual e política. O
pensamento pós-moderno critica a possibilidade dessa busca de autonomia
no mundo contemporâneo. Há restrições à autonomia do sujeito face às relações
de poder, à vigilância das ações individuais, à burocratização, à
racionalidade instrumental, à subjugação da subjetividade. Todavia, uma Pedagogia
para a emancipação precisa continuar apostando na possibilidade de
desenvolvimento de uma razão crítica precisamente como condição para desvelar
as restrições à autonomia no contexto do mundo moderno.
A essa idéia de sujeito que pode se autodeterminar, é necessário sustentar
a exigência de uma cultura geral para todos. Ou seja, racionalidade, autodeterminação
e liberdade intelectual e política não procedem do sujeito individual,
mas são objetivações de uma atividade cultural humana prévia, expressa
em conhecimentos, modos de ação e numa prática educativa válida
para todos os homens. Vem daí a força do termo educação geral ou formação
geral para todos. Em síntese: diz respeito a de uma educação para todos, para
desenvolvimento da capacidade de autodeterminação, com base nas
objetivações históricas da humanidade e das possibilidades de progresso.
2) Redefinir o conceito de qualidade democrática numa pedagogia
emancipatória
Na ótica neoliberal, qualidade da educação tem significado o provimento
das condições para que os indivíduos sejam preparados para o enfrentamento
da competitividade internacional. Para isso, há o investimento nos processos
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de gestão do sistema e das escolas através de novos padrões de gerenciamento
(novas práticas administrativas, uso da informática, aferição de resultados da
aprendizagem, compatibilidade entre o processo de trabalho na escola e os
novos padrões de produção e consumo (mercado), autonomia das unidades
escolares etc.).
Na busca da qualidade democrática, o paradigma economicista-empresarial
resolve pouco. A escola não é uma empresa, o aluno não é um cliente e
nem meramente um consumidor. A qualidade é um conceito implícito aos
processos formativos e ao ensino, implica educação geral onilateral, voltada
para a cidadania, para a formação de valores, para a valorização da vida humana
em toda as suas dimensões. Isso não leva a educação escolar a se eximir
do seu contexto político e econômico, nem sequer de suas responsabilidades
de preparação para o trabalho, mas, também, não pode estar subordinada e a
serviço exclusivo do modelo econômico.
Educação de qualidade é aquela em que a escola promove para todos o
domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e
afetivas necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos
alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição da cidadania (inclusive
como poder de participação), tendo em vista a construção de uma sociedade
mais justa e igualitária. A articulação da escola com o mundo do trabalho
se torna a possibilidade de realização da cidadania, por meio da
internalização de conhecimentos, habilidades técnicas, novas formas de solidariedade
social, vinculação entre trabalho pedagógico e lutas sociais pela
democratização da sociedade.
Para isso, é preciso que os sistemas de ensino e as escolas prestem mais
atenção à qualidade cognitiva das aprendizagens, colocando essa exigência
como foco central da gestão escolar e do projeto pedagógico. Não adianta
defender a gestão democrática das escolas, eleições para diretor, aquisição de
novas tecnologias etc. se os alunos continuam sendo reprovados, tendo um
baixíssimo rendimento escolar ou níveis insatisfatórios de aprendizagem. Se
o aluno não aprendeu bem, se as crianças continuam repetindo, a escola não
vem servindo para nada. A democratização da sociedade e a inserção dos
alunos no mundo da produção supõem um ensino fundamental como necessidade
imperativa de proporcionar às crianças e jovens os meios cognitivos e
operacionais que atendam tanto às necessidades pessoais como às econômicas
e sociais.
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3) Articular a vida da escola com o mundo social, mundo informacional
e mundo comunicacional, tornando a escola um “espaço de síntese”
No mundo das novas tecnologias da comunicação e informação, a escola
continua cumprindo funções que não são providas por nenhuma outra instância.
Como já disse alguém, o que está errado com a educação não é possível
ser corrigido pela tecnologia. Além de suas funções de provimento da
formação geral, capacidade de ler, escrever e formação cientifica básica e
estética, é preciso pensar a escola se convertendo num “espaço de síntese”,
configurando-se como “espaço de espaços” (Cf. COLOM CAÑELLAS, 1994).
Quero propor uma escola como lugar de síntese entre a cultura
experienciada, que acontece numa cidade, nos meios de comunicação e muitos
outros aportes culturais, e a cultura formal. Em parte, a escola de hoje já é
um espaço de síntese, mesmo que muitos professores mal se dêem conta disso.
Em muitos lugares e escolas, o impacto de uma sociedade culturalizada
pela informação das multimídias, especialmente a TV, já é fortemente sentido.
É visível a presença das NTCI nas residências e nos afazeres cotidianos,
como também a multiplicação de instituições cívicas e sociais, políticas e
culturais, que põem em prática planos e programas de cultura participativa
em nível comunitário, nos quais as ruas e praças, museus, teatros etc. vão
sendo utilizados para desenvolver estratégias de intervenção educativa e obter
uma culturalização ativa, não determinada, livre, experienciada, que também
aporta toda uma série de valores muito positivos.
Ver a escola como “espaço de síntese” é considerá-la como lugar onde os
alunos aprendem a razão crítica para poderem atribuir significados às mensagens
e informações recebidas das mídias e formas de intervenção educativa
urbana. A escola deve ir se tornando uma estrutura possibilitadora de atribuição
de significados à informação, propiciando aos alunos os meios de buscá-la,
analisá-la, para lhe darem significado pessoal.Várias pesquisas têm mostrado a
fragmentação dos programas de TV e propaganda que propiciam uma cultura
em mosaico. É à escola que cabe prover as condições cognitivas e afetivas para
o aluno poder reordenar e reestruturar essa cultura (COLOM CAÑELLAS, 1994),
através de mediações relacionais e cognitivas em que se destaca o lugar do
professor. O valor da aprendizagem escolar está, precisamente, em introduzir
os alunos nos significados da cultura e da ciência, através de mediações cognitivas
e inter-relacionais que supõem a relação docente.
Convém destacar também que a escola é ainda a chance de acesso ao
mundo do conhecimento, para fazer frente ao mundo da informação. Informação
e conhecimento são termos que andam juntos, mas não se eqüivalem.
O avanço tecnológico criou as novas tecnologias da comunicação e da informação,
provocando uma reviravolta nos modos mais convencionais de
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educar e ensinar. Entretanto, a informação é um caminho de acesso ao conhecimento,
é um instrumento de aquisição de conhecimento, mas, por si só, não
propicia o saber. Ela precisa ser analisada, interpretada, retrabalhada, e isso é
tarefa do trabalho com o conhecimento. É a apropriação do conhecimento,
dos conceitos, das categorias que possibilita a leitura crítica da informação,
caminho para a liberdade intelectual e política.
4) Repensar os processos de ensino e aprendizagem na sociedade do
conhecimento e da informação
Há uma efetiva transformação na concepção de conhecimento , em decorrência
da crise de paradigmas das ciências, das inovações tecnológicas e
comunicacionais. Para essa nova racionalidade, é preciso reavaliar a investigação
sobre ensino e aprendizagem. Ante o paradigma tecnicista do aprender
a fazer, aprender a usar (conhecimento como operacionalização) e aprender a
comunicar, é necessário de fortalecer a investigação sobre os processos
cognitivos, em que seja destacado o movimento do ensinar a pensar. Das escolas
e dos professores, está sendo requerida a ajuda aos alunos no desenvolvimento
da qualidade do pensar, de habilidades e estratégias de pensamento
autônomo, crítico e criativo.
5) Repensar os processos de gestão da escola, construir coletivamente
a autonomia da escola e o projeto pedagógico
A autonomia da escola é o contraponto da centralização da gestão do
sistema escolar, que retira das escolas, dos professores, pais e especialistas o
poder de iniciativa e decisão. Implica uma organização escolar que supera a
visão verticalizada do sistema de ensino, de modo que as escolas possam
traçar seu próprio caminho. Essa é a idéia de suporte do projeto pedagógico.
A autonomia das escolas depende de uma reconfiguração das práticas
de gestão e dos processos de tomada de decisões. As formas de administração
estão, ainda, carregadas de práticas autoritárias, centralizadoras. Mas, ao
serem criticadas essas práticas, foi perdido o entendimento de que a gestão
implicava modos de fazer e agir e não apenas ações políticas. Ou seja, foi
perdido o equilíbrio entre o lado político e o lado técnico das práticas de
gestão. A participação de todos os membros da escola nos processos decisórios
não exclui a necessidade de planejar, de administrar, de coordenar o trabalho
das pessoas, de fazer o acompanhamento e a avaliação sistemática do trabalho
escolar. Autonomia e participação não podem servir para deixar as escolas
ao abandono, funcionando às cegas. Por essa razão, é fundamental que a
investigação pedagógica se dedique a estudos sobre o tema da gestão das
escolas.
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6) Formação e profissionalização dos professores
A atividade essencial de uma escola é assegurar a relação cognitiva do
aluno com a matéria, ou seja, a aprendizagem dos alunos, com a ajuda pedagógica
do professor. O professor é o mediador desse encontro do aluno com
os objetos de conhecimento. O professor introduz os alunos no mundo da
ciência, da linguagem, para ajudar o aluno a desenvolver seu pensamento,
suas habilidades, suas atitudes. Sem professor competente no domínio das
matérias que ensina, nos métodos, nos procedimentos de ensino, não é possível
a existência de aprendizagens duradouras. Se é preciso que o aluno domine
solidamente os conteúdos, o professor precisa ter, ele próprio, esse domínio.
Se os alunos precisam desenvolver o hábito do raciocínio científico, que
tenham autonomia de pensamento, o mesmo se requer do professor. Se queremos
alunos capazes de fazer uma leitura crítica da realidade, o mesmo se
exige do professor. Se quisermos lutar pela qualidade da oferta dos serviços
escolares e pela qualidade dos resultados do ensino, é preciso investir mais na
pesquisa sobre formação de professores.
7) Assegurar uma vinculação mais estreita da Pedagogia com a Ética
É certo que as práticas educativas não suportam mais certezas
absolutizadas, mas é impossível à Pedagogia ceder ao relativismo ético. No
âmbito da atividade pedagógica, marcos teóricos e morais são cruciais, pois,
a todo momento, são requeridas opções sobre o destino humano, tipo de sujeitos
a formar, o futuro da sociedade humana. A Pedagogia, do mesmo modo
que outras ciências práticas como a Ética e a Política, realiza atividades envolvendo
relações entre pessoas e grupos sociais, de modo que carrega consigo
uma intencionalidade voltada para finalidades formativas, implicando um
comprometimento moral de seus agentes. Se é verdade que os caminhos da
formação humana são hoje mais espinhosos, entre outras razões porque não
dispomos de tantas certezas como em outros tempos, por outro lado, não há
motivos sólidos para renunciar à necessidade de formar sujeitos racionais
mediante a valorização da razão crítica, o resgate do sentido da busca da autonomia
e a afirmação de uma ciência não absolutizada conectada ao contexto
social e cultural.
8) Um reforço da formação teórica dos pedagogos, num Curso de Pedagogia
O mundo contemporâneo não apenas se apresenta como sociedade pedagógica
como pede ações pedagógicas mais definidas, implicando uma
capacitação teórica e profissional de pedagogos e professores muito além
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daquela que apresentam hoje. Diferentemente de filósofos, sociólogos, historiadores
da educação (que hoje, aliás, são maioria nas faculdades de educação),
pedagogos e professores exercem uma atividade genuinamente prática,
implicando capacidade de decisão, conhecimentos operativos e compromissos
éticos. A inserção do pedagogo na condição pós-moderna os obriga a uma
abertura científica e tecnológica, de modo a desenvolver uma prática
investigativa e profissional interdisciplinar. Precisamente porque a Pedagogia
envolve trabalho com uma realidade complexa, é necessário que invista
na explicitação da natureza do seu objeto, no refinamento de seus instrumentos
de investigação, na incorporação dos desenvolvimentos científicos e
tecnológicos e que se insira na gama de práticas e movimentos sociais de
cunho intercultural e transnacional, referentes à luta pela justiça, pela solidariedade,
pela paz e pela vida.
Para o enfrentamento de exigências colocadas pelo mundo contemporâneo,
são requeridos dos educadores novos objetivos, novas habilidades
cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e flexibilidade de raciocínio,
capacidade de percepção de mudanças. Portanto, é clara a necessidade
de formação geral e profissional implicando o repensar dos processos de aprendizagem
e das formas do aprender a aprender, a familiarização com os meios
de comunicação e o domínio da linguagem informacional, o desenvolvimento
de competências comunicativas e capacidades criativas para análise de situações
novas e cambiantes.
9) A afirmação da especificidade do campo teórico-prático da Pedagogia
A síntese interdisciplinar, mencionada anteriormente, é apenas um passo
prévio para definir o que é próprio da Pedagogia, ou seja, investigação da
realidade educativa, visando, mediante conhecimentos científicos, filosóficos
e técnico-profissionais, a explicitação de objetivos e formas de intervenção
metodológica e organizativa relacionados com a transmissão/assimilação
ativa de saberes. Está ressaltada aí a intencionalidade educativa própria de
toda prática social, pois a Pedagogia envolve intervenção humana e, portanto,
um comprometimento moral de quem a realiza. É mediante esse caráter ético-
normativo que ela pode formular princípios e diretrizes que dão coerência
à contribuição das ciências da educação quando estas colocam a ação educativa
como referência para suas investigações. Esse papel não pode ser atribuído a
qualquer uma das ciências da educação indiscriminadamente, embora todas
possam dar sua contribuição no limite de suas peculiaridades. Além disso, a
intencionalidade da prática educativa tem implicações diretas no posicionamento
crítico do educador, que representa o elo fundamental no processo de
formação cultural e científica das novas gerações.
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O esclarecimento cada vez mais buscado do campo próprio da Pedagogia
é requerido, também, por causa da amplitude e complexidade que vão
assumindo as práticas educativas na sociedade globalizada, pelo que vão surgindo
outras instâncias e agentes do processo educativo. Com isso, vão se
abrindo campos de atuação profissional do pedagogo, nos âmbitos escolar e
extra-escolar, antes impensáveis.
Portanto, é essencialmente necessária a reconstrução da Pedagogia e a
ampliação do campo de ação profissional do pedagogo (especialista em educação),
paralelamente a um expressivo esforço de organização de um sistema
nacional de formação inicial e continuada de professores para o Ensino Fundamental
e Médio, tal como vem sendo pensado em países europeus e alguns
latino-americanos. O desenvolvimento da ciência pedagógica e a reflexão teórica
sobre a problemática educativa na sua multidimensionalidade, entretanto,
seria o pressuposto para a reconfiguração da identidade profissional
dos professores, para além de sua especialização na ciência/matéria de ensino
em que deve ser formado. Há, assim, evidências de que a Pedagogia, juntamente
com o curso de formação profissional que lhe corresponde, não só não
esgotou suas possibilidades de investigação teórica como tem pela frente grandes
tarefas sociopolíticas.
CONCLUSÃO
Minhas considerações procuraram mostrar que a Pedagogia, tal como a
entendo, passa por muitas inquietações. Eu penso que estamos numa encruzilhada.
Ou deixamos tudo como está ou aproveitamos a oportunidade de implantação
da nova LDB para dar um salto de qualidade na formação profissional
dos educadores. Estamos frente a novas realidades sociais desafiadoras.
A sociedade contemporânea, ao mesmo tempo que se globaliza, que cria novos
patamares de progresso material, amplia também a exclusão social. Nosso
desafio é uma escola includente. Mas também uma escola atual, ligada no
mundo econômico, político, cultural. A luta contra a exclusão social e por
uma sociedade justa, uma sociedade que inclua todos, passa fundamentalmente
pela escola, passa pelo nosso trabalho de professores.
Para isso, são necessários pedagogos. Pedagogos para vários campos
educacionais. Mas principalmente pedagogos escolares, com competência para
coordenar e fazer funcionar uma escola interdisciplinar, coletiva, propondo e
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gerindo o projeto pedagógico, articulando o trabalho de vários profissionais,
liderando a inovação. Um pedagogo escolar que saiba fazer essa produção da
teoria e da prática através da própria ação pedagógica. Um pedagogo que
torne a organização escolar um ambiente de aprendizagem, um espaço de
formação contínua, no qual os professores refletem, pensam, analisam, criam
novas práticas, como pensadores e não como meros executores de decisões
burocráticas.
Também precisamos imensamente de professores bem preparados, eticamente
comprometidos, que tenham um envolvimento no projeto da escola
e na execução e avaliação desse projeto. Isso depende, em boa parte, de uma
recuperação da significação social da atividade do professor, ou seja, da
identidade profissional do professor. O nosso dia de trabalho como professores
será um sofrimento, um tormento, uma frustração se nós perdermos, para
a sociedade e para nós mesmos, o significado do nosso trabalho, nosso papel
social, nossa identidade. Se o professor perder o significado do seu trabalho,
ele perde a identidade da sua profissão e, perdendo isso, ele perde um pedaço
importante da sua existência, que é o trabalho cotidiano e, mais que isso, a
sua dignidade de pessoa.
Considero que um passo positivo para o desenvolvimento profissional e
a conquista da identidade profissional é a assunção da gestão do cotidiano da
escola por professores e pedagogos, ligando o projeto pedagógico, o sistema
de gestão, o processo de ensino e aprendizagem e a avaliação. Com isso, teremos
uma organização preocupada com a formação continuada, com a discussão
conjunta dos problemas da escola, discussão que é de natureza
organizacional, mas principalmente pedagógica, psicopedagógica e didática.
Não vamos esmorecer. O capitalismo não morreu, continua sendo um
sistema econômico que mantém privilégios, desigualdades, que aumenta os
excluídos. Ao menos na nossa parte, não vamos permitir que, nas nossas mãos,
crianças e jovens sejam excluídos. Para isso, é preciso nos concretizarmos da
importância de dar mais qualidade ao nosso trabalho, de estudar mais e permanentemente,
de garantir uma sólida aprendizagem dos conhecimentos por
todos os nossos alunos.
Ser professor, ser professora é um privilégio. É cuidar da humanização
e da dignidade das pessoas. Vamos lutar por melhores salários, melhores
condições de trabalho, bibliotecas, prédios mais bonitos e mais adequados.
Mas, juntamente com isso, vamos assumir nossa missão pedagógica, vamos
investir no nosso ambiente de trabalho, vamos transformar nossas escolas em
espaços de aprendizagem, de formação continuada, aprendendo, dentro da
escola, as novas exigências da nossa profissão.
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26 Educar, Curitiba, n. 17, p. 153-176. 2001. Editora da UFPR
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A Atuação do Pedagogo na Empresa: A Aplicação Eficiente e Eficaz da Pedagogia Empresarial


A Atuação do Pedagogo na Empresa: A Aplicação Eficiente e Eficaz da Pedagogia Empresarial
André Alves Prado

Mestre em Educação com Menção em Gestão Educativa pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, Docente Graduação/Pós-Graduação FATEA e Extensão Universitária EEL USP
Elaine Machado da Silva
Graduada em Pedagogia
Mônica Aparecida Batista da Silva Cardoso
Graduada em Pedagogia
 
                                                             Resumo

O presente trabalho visa desenvolver uma pesquisa sobre a atuação de pedagogos nas empresas objetivando a melhoria da prestação de serviço nas organizações. Atualmente esse profissional vem conseguindo abrir seu espaço junto às organizações a fim de promover projetos, solucionar problemas, formular hipóteses e visa também à melhoria do serviço oferecido pela empresa, por isso a pesquisa se justifica a partir do paradigma de que o pedagogo é somente professor de ensino fundamental, pedagogia empresarial vem assumindo novos cenários organizacionais delimitados pela organização, execução de bons projetos e treinamentos para uma nova base de gestão de pessoal. Isto permite uma renovação no espírito dos funcionários e no desenvolvimento da empresa, promovendo atitudes transformadoras e assim direcionando os negócios, objetivando atingir as exigências do mercado e sociedade atual. A metodologia deste estudo segundo GIL (2008) realizado a partir de estudo exploratório com delineamento de pesquisa bibliográfica, desenvolvida através de pesquisa bibliográfica, por meio de artigos, livros e publicações on-line. Após análise bibliográfica, percebe-se que para enfrentar os desafios da Nova era Globalizada, as empresas têm que gerar capacidades decorrentes da distribuição de práticas e funções, assim o pedagogo é de suma importância no âmbito empresarial, pois ele irá analisar e direcionar os funcionários e a empresa para melhorias objetivadas.
Palavras-chave
Pedagogia Empresarial; Organização; Desenvolvimento.
 

                                                             Abstract
This study aims to develop a research on the role of educators in companies aiming to improve service delivery in organizations. Currently this Professional has been able to open his space with organizations to promote projects, solve problems, formulate hypotheses and also aims to improve the service offered by the company, that is why the research is justified from the paradigm that the teacher educator is only na elementary education teacher, pedagogy business has been assuming new organizational scenarios delimited by the organization, implementation of good projects and training for a new base of personnel management. This allows a renewal in the spirit of the employees and the company development, promoting changing attitudes and thus directing the business, aiming to meet the demands of the current market and society. The methodology of this study according GIL (2008) conducted from exploratory study with bibliographic research design, developed through bibliographic research , using articles, books and online publications. After bibliographic analysis, it is realizable that to meet the challenges of the New Globalized Era, companies must generate capabilities arising from the distribution of functions and practices, so the educator is of Paramount importance in the business scope, because it will analyze and direct employees and the company for aimed improvement.
Keywords Business Pedagogy; Organization; Development.

1. Introdução
As empresas possuem fundamentos teóricos diferenciados em relação ao desenvolvimento e treinamento de pessoal. Estas empresas buscam profissionais capacitados e especializados para liderar equipes e trabalhar com pessoas em situações adversas. As tecnologias, em constante modificação, alteram o cenário das organizações. Para acompanhar essas alterações, os funcionários devem estar preparados a essas mudanças, visando atender às necessidades das organizações.
O trabalho do pedagogo empresarial deve ser de estruturação e reestruturação em determinadas áreas problemáticas da empresa.
Segundo Cagliari (2009)
[...] O pedagogo empresarial está inserido auxiliando no, desenvolvimento das competências e habilidade de cada individua, para que cada profissional saiba lidar com varias demandas, com incertezas, com várias culturas ao mesmo ao mesmo tempo, direcionando o resultado positivo em um mercado onde a competição gera mais competição.
Com esse trabalho desenvolvido pelo pedagogo, as transformações serão lentas, mas efetivas, pois mudanças necessitam de persistência e resiliência com esses princípios e trabalho se observará ao final conquista significativas. Com tudo podemos afirmar que a combinação pedagogo e empresa são de suma importância, tendo em vista que ambos visam o mesmo objetivo a formação de cidadãos críticos e com competências para tal função.
2. Revisão de Literatura
2.1 A pedagogia
Pedagogia é um tema muito rico, mas por ser extremamente extenso requer estudos aprofundados e muita pesquisa. As gerações passadas foram grandes desbravadores nesse campo e nos dias atuais está estático necessitando de novas pesquisas, ousadia para que se dê continuidade ao trabalho iniciado anteriormente.
Pedagogia tende para um objetivo prático definido, através de meios (processos e técnicas de ensino) eficientes para alcançá-los Komenisky, considerado pai da pedagogia cujo sobrenome foi latinizado para Comenius, recebeu esse titulo pela descoberta de que o estudante merece cuidados especiais para efetivação de uma aprendizagem mais produtiva e deleitosa (Greco, 2005)
A experiência e os sentidos eram de suma importância para Comenius, que propôs sistemas educativos para a infância e universitários, tinha uma doutrina filosófica para uma universalização do saber suas reformas educativas e as inovações por ele introduzidas o fizeram ser chamado em vários países para por em prática suas teorias pedagógicas. Morreu em Amsterdã em 15 de novembro de 1670.
Os métodos de ensino a partir daí sucederam-se no intuito de propor aos alunos aprendizado de acordo com sua faixa etária progredindo para uma eficácia no ensino.
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2.2 Definição de pedagogia
Campos de conhecimentos que abriga os saberes da área da educação. Na Grécia antiga, pedagogo era o nome dado ao escravo que acompanhava as crianças para o local de aprendizado não era o instrutor e sim o responsável pela melhoria da conduta dos mesmos passando assim as normas de boa educação.
A concepção diz que a pedagogia é a parte normativa do conjunto de saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos desenvolver uma boa educação, é mais ou menos consensual entre os autores que discutem a temática da educação (Greco, 2005)
2.3 O psicólogo e o pedagogo nas organizações
No âmbito empresarial, psicólogo e pedagogo vêm atuando junto às dificuldades da organização ligadas aos assuntos de recursos humanos, na gestão de pessoal proporcionando integração do funcionário junto à diretoria, em ações resolutivas de conflitos para maior rendimento no exercício das tarefas do pessoal.
Psicólogo é o profissional qualificado para o exercício da psicologia, utiliza de métodos e técnicas, que tem como foco principal o funcionamento da mente, emoções e o comportamento humano. O psicólogo deve atuar diretamente no comportamento humano visando técnicas de investigar os problemas psicossociais no contexto do trabalho. “O papel do psicólogo organizacional é criar metodologias de intervenção, que auxilie todo o grupo a mover ou agir no sentido de mudar a si mesmo, assinalando novos moldes intelectuais e de conduta.”. (Silva, 2009)
O Pedagogo é um mediador do processo de aprendizado, pesquisador, gestor. Esse profissional tem domínio da ciência pedagógica que fundamenta sua atuação. Segundo Giroux, (2000) “O pedagogo precisa colocar na condição de um eterno aprendiz buscando desenvolver profissionalismo, integridade e responsabilidade, capacitação na área educacional deixando de serem meros executores para se tornarem intelectuais transformadores”.
O que se encontra atualmente é um conjunto de profissionais mais interessados em manter as aparências, seguindo as culturas empresariais de alienação e não definindo transformações e processos de mudança abandonando paradigmas de que as tarefas de um RH são burocráticas.
Para que as empresas modifiquem o seu modelo de gestão e cresça, o RH necessita ser modificado atraindo olhares e perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
O que se tem visto como políticas de RH em muitas organizações são: jornais internos, festas de confraternização ao final do ano, flores para as mulheres no dia da internacional da mulher, cartões de aniversario, dia das mães e dos pais e outras atividades dessa natureza e sem a mínima acuidade. (Silva, 2009)
As organizações atualmente visam novas competências dos funcionários, tendo em vista o mundo globalizado e suas exigências. A tarefa do pedagogo empresarial estará focada em analisar as necessidades e deficiências das organizações e assim desenvolver projetos voltados ao aprimoramento das mesmas visando trabalhadores críticos analíticos, ativos que resolvam seus problemas e trabalhem em equipe sendo flexíveis as necessidades e transformações atuais.
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O psicólogo deve atuar diretamente no comportamento humano visando técnicas de investigar os problemas psicossociais no contexto do trabalho.
De acordo com Silva (2009) “Mas o verdadeiro reconhecimento da atuação desses dois profissionais na organização dar-se-á somente mediante ao aproveitamento real de todas as capacidades [...]”.
Para isso, os profissionais devem se especializar profissionalmente tendo em vista o ser humano e as necessidades das organizações, mas sempre estando cientes de que estão gerindo pessoas e que a mesma tem necessidades especificas e devem aprimorá-las para um rendimento satisfatório para ambas as partes.
2.4 Os profissionais de pedagogia no ambiente empresarial
A pedagogia empresarial é uma possibilidade de atuação do pedagogo muito recente no Brasil surgiu pela necessidade de preparação na formação de pessoal. Essa preocupação, no entanto se dá pela necessidade de um melhor desempenho e formação profissional que foi incentivada inclusive por ações governamentais para sua operacionalização como, por exemplo, a lei nº 6.297/75.
Portanto o pedagogo atua na área de desenvolvimento de recursos humanos, sendo responsável pela preparação e voltada para as necessidades da organização.
A função do pedagogo empresarial é a qualificação de pessoal nas diferentes áreas do saber empresarial gerando qualidade e produtividade.
Dessa maneira esse profissional atua como articulador entre desenvolvimento de estratégias organizacionais desenvolvendo atividades no departamento de recursos humanos.
Em outras palavras, as ações deste departamento ultrapassam os aspectos instrumentais e tornam-se mais sensíveis a dinâmica das ralações entre individuo e sociedade; compreendem que o espaço organizacional é, sobretudo, um espaço de valorização da dimensão e da dignidade humana. (RIBEIRO, 2010, p.10).
Na perspectiva do RH, o pedagogo transforma os indivíduos de maneira a valorizá-lo e gerar mudanças. A empresa também é um espaço educativo que visa atividades objetivadas e, portanto a pedagogia visa garantir estratégias para o aprimoramento de conhecimento com ideias e objetivos pré definidos e provocar assim mudanças no desempenho individual. “Nesta perspectiva, a pedagogia empresarial se ocupa basicamente com conhecimentos, as competências e habilidades e as atitudes diagnosticadas como indispensáveis/necessários da melhoria da produtividade.”. (RIBEIRO, 2010, p.11)
Assim podemos afirmar que o pedagogo empresarial tem uma vasta gama de atuação nas organizações trabalha em conjunto com RH e prepara os indivíduos para atuarem em suas áreas de maneira satisfatória para a empresa e para os colaboradores que trabalharem nela.
2.5 O processo de aprendizagem dentro da empresa
Desde que o ser humano nasce, entra em um processo de aprendizado, primeiro na família, depois na escola, na rua, na empresa onde trabalha. Enfim, em vários lugares. Assim pode-se dizer que seria inconcebível o homem sem aprendizagem, em qualquer momento da vida ele deverá estar em um ambiente de aprendizado permanente. Nesse âmbito o pedagogo
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empresarial atua, visa sempre melhoria da qualidade na prestação de serviços e a vida pessoal do individuo.
Atualmente a empresa começa abrir espaço para que este profissional possa de maneira consciente e competente, proporcionar um ambiente que se esteja solucionando problemas, elaborando projetos formulando hipóteses visando à melhoria dos processos instituindo, na empresa, garantindo a qualidade do atendimento contribuindo para a instalação da cultura institucional da formação continuada dos empregados. O pedagogo poderá atuar na empresa produzindo e difundindo conhecimento, assim, exercendo seu papel de educador. (Gonçalves, 2009)
Atualmente, as empresas almejam um diferencial, e por conta disso investem no capital humano, e também na construção do conhecimento por parte do trabalhador. Essas empresas focalizam a comunicação entre indivíduos.
Nesta nova realidade, entra a conexão que deve existir entre o pedagogo e a empresa lembrando que o aprendizado é o saber assimilado, isto é, a construção do conhecimento por cada indivíduo e se estabelece quando a pessoa encontra um sentido para aprender e do porque aprender. (GONÇALVES, 2009)
Na era do conhecimento na qual estamos, exige-se que os profissionais se atualizem constantemente. As habilidades e competências são capacidades necessárias para executar, analisar e desenvolver com sucesso as tarefas. Nesse processo de aprendizado o pedagogo empresarial deve ter a habilidade, o olhar, a consciência de que esta desenvolvendo projetos com seres humanos e que os mesmos devem ser parte ativa nesse processo. Para Gonçalves(2009) :
A atuação do pedagogo empresarial, à educação integral, isto é, ao processo de influenciar e sugestionar positivamente os funcionários em todos os aspectos da sua personalidade. Vão proporcionar o desenvolvimento da produtividade pessoal nas mais diversas atividades. Portanto, deve demonstrar com o seu trabalho pratico, na empresa, os efeitos benéficos da adoção de varias atividades educativos.
Desenvolver pessoas é mais do que informar é sim permitir que elas desenvolvam-se em todas as habilidades e se tornem eficientes no que fazem. Formar é mais que informar é enriquecer a pessoa humana e o pedagogo deve conceber a educação como forma de humanizar os indivíduos.
2.6 Atuação do pedagogo na empresa
A atuação do pedagogo na empresa vai além de técnicas escolares, que são aprendidas na graduação. Muitas vezes ao terminar o curso de pedagogia, o pedagogo se pergunta: O que vou fazer em uma empresa? O pedagogo empresarial atua em empresa de todos os tipos tais como: construção civil, órgãos municipais, estaduais e federais, escolas, hotéis, ONGs, instituições de capacitação profissional e assessoria de empresas. O mesmo, a partir de seus conhecimentos, técnicas e práticas, deve ser somado à experiência de outros profissionais na
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constituição de instrumentos importantes, à gestão de pessoas e coordenação de equipe multidisciplinares, no desenvolvimento de projetos, visando formas de aprendizagem organizacional significativa, gerando mudanças no ambiente e na definição de políticas voltadas ao desenvolvimento humano permanente.
Segundo Gonçalves (2009),
O desafio desse novo profissional, diferentemente do que podem pensar alguns, não se resume a conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de treinamento para o qual as pessoas não estão engajadas ou enxergando uma necessidade imediata. Isso requer muito trabalho como de observações cuidadosas principalmente ao que se refere ao capital humano, (Termo utilizado nas empresas ao referir-se as pessoas que trabalham nelas), para que com elas seja possível desenvolver estratégias no bom sentido, que venha favorecer a humanização dentro da empresa.
Essas ações exigem do pedagogo empresarial, observação envolvimento, desprendimento, ousadia, vontade criatividade e desejo efetivo pela descoberta de como será desenvolvido seu trabalho na organização.
Assim, o pedagogo terá um olhar filosófico, pedagógico, psicológico por meio dos colaboradores da empresa em promover ações que não faça com que os mesmos não sejam objetos que só tenham a necessidade de cumprir os objetivos da empresa.
Uma questão importante para a formação e atuação do pedagogo empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação esta pautada na dimensão humana. As políticas de recursos humanos, por si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos, tem no elemento o seu ponto - chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada a cooperativa com a dos outros profissionais de gestão (GONÇALVES, 2009)
O campo de atuação do pedagogo é tão vasto quanto as práticas educativas na sociedade, onde houver pratica educativa intencional haverá pedagogia. Desta forma, não se deve associá-las a intenções políticas ou pratica alienadora de massas.
O pedagogo que atua na empresa deve ser cauteloso, pois ao invés de sugerir programas de treinamento a fim de melhorar a empresa em seus aspectos produtivos e humanos, ele pode apenas adestrar os colaboradores tornando-os objetos dentro da empresa e contribuindo para ações desumanizadoras.
O pedagogo devera ser um profissional capacitado para lidar com fatos e situações diferentes da pratica educativa em vários segmentos sociais e profissionais, que a sua ação seja holística, devera ser além da relação de poder. Com essas atitudes ele será capaz aos poucos de romper o conceito de que só poderia atuar em uma instituição de ensino (GONÇALVES, 2009)
Dentro das organizações, o pedagogo irá planejar, executar, coordenar e avaliar programas e projetos educacionais dentro da empresa. Através de acompanhamento do
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desenvolvimento do pessoal sob o desempenho e direcionando-o como agente de mudanças de mentalidade e cultura.
Sua capacidade em lidar com a comunicação e com aprendizagem faz com que ele conduza as pessoas e direcione suas verdadeiras funções, não implicando a mudança de seu comportamento, mas ajudando o funcionário a descobrir seu verdadeiro potencial, para que possa desempenhar sua função de acordo com as necessidades de cada organização.
As mudanças no mercado de trabalho exigem atualização, nesse sentido o pedagogo empresarial deve ser valorizado nas organizações, pois ele contribui para o processo de crescimento dos indivíduos por meio de atividades formativas, trabalha o lado humano dos funcionários: busca mobilizar o trabalhador nas dimensões: intelectuais, físicas, emocionais, atitudinais, entre outras. Trabalha sempre com sutileza, utiliza métodos de autocontrole para entender e atender as exigências do mercado.
2.7 Pessoas, Técnicas e Treinamento
As empresas vinculam seus resultados a causas internas e externas. Assim os resultados positivos são atribuídos a causas internas e os resultados negativos atribuídos a causas externas. Para que se proponha um treinamento é necessário que se faça um pré diagnostico, assim pode-se visualizar questões como funcionários que atribuem culpas aos colegas ou chefes e se esquivam do processo de treinamento sem aceitar as situações propostas, pois a culpa dos problemas é sempre dos outros.
A partir de esse contexto o profissional irá propor atividades nas quais os funcionários visualizem que em uma empresa nada se constrói sozinho e que o trabalho em equipe é o melhor caminho para uma integração organizacional.
Quando o fazer vem dissociado do pensar, as ferramentas tornam-se instrumentos de frustração (sobre tudo pela ausência de elementos mobilizadores da utilização da ferramenta)e não de mobilização do desejo de aprender. Hoje em dia, as descobertas das neurociências tem apontado para a importância do oferecimento e experiências de aprendizagem, independentemente da idade, que estimulem o funcionamento das redes neurais, em um ambiente onde os aprendizes confiem em suas potencialidades e no sucesso da aprendizagem. (RIBEIRO, 2010, p.148)
Atualmente o conhecimento passou a ser algo fundamental para as organizações, esta relacionado ao modelo de gestão organizacional, mas a maioria dos gestores não esta preparada e não consegue atingir plenamente os objetivos da organização em relação à preparação de pessoal e formulação de projetos ou iniciativas concretas.
“É necessário que se acrescente, na perspectiva da empresa, que esta tenha uma ambição positiva para almejar algo melhor, daí a importância de métodos inovadores que lhes permitam aprender a progredir”. (RIBEIRO, 2010, p.154)
O ser humano é essencial para as organizações o êxito depende fundamentalmente das pessoas, o fundamental para que seja alcançado os objetivos da empresa é o treinamento ele será a base para o diferencial.
“O profissional de recursos humanos, incluindo se aqui o pedagogo empresarial, é o responsável por preparar e desenvolver as pessoas para que, independentemente do setor em que trabalham, tragam os resultados esperados” (RIBEIRO, 2010, p.155)
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O setor de recursos humanos promove estratégias para as organizações visando à acepção da capacitação. A aprendizagem organizacional capacita os indivíduos para atuarem nesses novos cenários sócios produtivos.
“A aprendizagem (pessoal, individual e organizacional) faz a diferença no mundo de hoje. Nesse sentido, cultivar, desenvolver e promover a capacidade de aprender passa a ser uma das atribuições do pedagogo empresarial” (RIBEIRO, 2010, p.156)
O treinamento e desenvolvimento de recursos humanos devem visar o desempenho individual e em equipes para que se promova maior produtividade e mudanças. Para isso, se faz necessários programas de treinamento desenvolvidos fora das salas visando melhorias na capacidade de liderança e trabalho em equipe. (RIBEIRO, 2010, p.157) Ressalta: vale lembrar que o ensino aprendizagem de habilidades isoladas ou com finalidades puramente instrumentais reduz a eficácia dos resultados.
2.7.1 Organizações inteligentes
Nota-se que ainda hoje apesar das mudanças e atualizações, os empresários são resistentes em reconhecer que o capital mais importante de sua organização é o capital humano. Alguns profissionais exercem funções iguais empresas diferentes e não brilham em uma organização e em outra fazem trabalhos excelentes inúmeros problemas encontrados em organizações por falta de dialogo, omissões que geram insatisfação entre lideres e liderados.
Ninguém esta livre de ser vitima de sua própria zona de conforto e ela escraviza mais do que nunca executivos, diretores e gerentes devido ao posicionamento mais “confortável” para se fazer o que acha certo com as pessoas? Evidencia-se uma crise na linha tênue entre o que é profissional e pessoal. (Elias, 2007)
Um executivo deve ser um líder por seu próprio mérito e não por sua posição de hierarquia. O mesmo deve ter cuidado para não interpretar seus subordinados tratando-os como meros números. As empresas pecam por atribuir sua evolução pelos aparatos tecnológicos, caem e um raciocínio mecanicista, e em um paradigma cartesiano.
Mas sabiamente não podemos deter o significado da palavra tecnologia para referenciar somente a modernidade e a evolução das maquinas. E nós, os seres humanos não se modernizam e evoluem?O que seria a tecnologia humana dentro e fora de uma organização?Será que podemos dividir um ser humano em dois, onde haja um ser que é dinâmico “X” no perfil profissional e no outro um ser “Y” estático na família e com os amigos?(ELIAS, 2007)
Os contextos atuais pedem dos indivíduos mais percepção e bom senso, alem do caráter o empresário que ao não abrir mão de estimular princípios como honestidade, disciplina, comprometimento, bom discernimento, fraqueza, empatia, caráter a frente de seus colaboradores, ira evitar malefícios que a manipulação traz a médio e longo prazo: A ausência e confiança.
Isso faz a diferença quanto a sensações positivas de quem, por lucidez, terá uma aprendizagem vivencial mais significativa. Ninguém é ou se torna
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excelente no que faz num ambiente de desconfianças, rivalidades, medos, entre outras depreciações humanas. (Isso tudo se vincula a treinamentos adequados a todos os envolvidos no processo organizacional Sem exceções hierárquicas). Um trabalho que podemos até intitular de “elevação de consciência”.É como ter um professor perspicaz(filosofo e gestor) para tratar de assuntos subjetivos e tornar simples a complexidade dos desafios objetivos internos e externos do meio organizacional.(ELIAS, 2007)
Uma pessoa que é excelente no que faz não é uma obra do acaso. Faz parte das pessoas que acreditam em seu contexto e a todo o momento se interagem. Às vezes passamos parte da vida envolvida com assuntos profissionais, deve-se perceber os motivos de estar ali e não se limitar a motivos financeiros e tentar alinhar-se a uma busca de realização pessoal. É natural do ser humano sempre buscar situações felizes.
São esses os motivos que nos fazem repensar as palavras importantes ao ser humano desde a evolução. A confiança, a humildade, a empatia, o comprometimento, a liderança, e várias atribuições indispensáveis a quem espera crescer na vida pessoal ou profissional. Aprender a aplicá-las no cotidiano é o caminho para qualquer meta a ser alcançada.
2.7.2 Trabalho em equipe
Não se sabe ao certo, quando surgiu a ideia de reunir indivíduos em grupos em prol de um objetivo comum. Mas sabe-se que isso ocorreu há muito tempo desde que o homem iniciou o processo de trabalho.
A idéia do trabalho em equipe advém de uma necessidade do homem em somar esforços para alcançar um objetivo comum, algo que não seria alcançado isoladamente. Ou seja, o trabalho em equipe é uma estratégia para a melhoria da efetividade do trabalho.
Mas nem todo grupo trabalha em equipe e nem toda a equipe trabalha em grupo. Grupo então é um conjunto de pessoas com objetivos comuns que atuam unidos para cumprir metas especificas. O respeito entre os indivíduos e seus princípios, a interação dos membros para atingir as metas e o respeito deve favorecer muito os resultados e a organização. É isso que torna o trabalho desse grupo um verdadeiro trabalho e equipe. “Fazem com que todas as pessoas da organização caminhem na mesma direção, não é tão difícil quanto parece. É necessário muita estratégia, objetivos definidos, comunicação eficaz, feedbacks constantes e lideranças compartilhadas”. (MICHELETTI, 2012)
Precisamos aprender a trabalhar em equipe, destacar o potencial de cada indivíduo, conviver com as diferenças e entender que o trabalho em equipe nos promove maiores chances de superar limites, contribuir para a realização de uma gestão que considera a participação dos seus profissionais e a construção de um processo de gestão democrática, participativa, comunicacional.
3. Elaboração de Projetos
Uma das atividades importantes do pedagogo empresarial será de colaborar na realização de projetos. A realização de um projeto implica em construir e elaborar um roteiro de trabalho desenhando e projetando as ações da empresa.
Uma ação que irá ser executada vem de um projeto elaborado para se obter exatidão das técnicas abordadas de modo a garantir resultados satisfatórios em sua execução
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Ribeiro (2010, p.121) afirma que:
No âmbito das ações de treinamento de desenvolvimento de recursos humanos que a efetividade desta ocorre, em grande parte da coerência na elaboração dos projetos. Cabe alertar para cuidado especial que se deve ter com a linguagem utilizada e com a precisão quanto ao que se pretende alcançar.
Os objetivos explícitos devem propor subsídios para que os profissionais presentes envolvam-se nas atividades planejadas. Alguns itens são necessários a elaboração de projetos de treinamento organizacional ressalta que não há modelo para seguir, pois cada organização ira adotar um roteiro que julgue necessário os seus objetivos.
Ratificar inicialmente o projeto ressaltando seus objetivos como uma ação de transformação para determinada realidade definindo prioridades e metodologias para a ação.
Enfatiza, portanto uma ação destinada a uma situação problema ou necessidade. Pode-se dizer que as relações entre ação e realidade atendem a quatro momentos, a saber, projeção da ação, especificação das etapas da ação (incluindo procedimentos acompanhamento e avaliação) dinamização da ação e elaboração do relatório um. (RIBEIRO, 2010, p.122)
3.1 Apresentação de um projeto
Caracteriza-se como fundamental ao projeto, necessita de uma objetividade, conteúdo de problemática que originou a idéia inicial do projeto esclarecido os motivos da proposta. “Vale lembrar que não se podem propor ações suficientes e adequadas tampouco operacionalizá-las sem que antes se tenha uma idéia clara do problema a ser resolvido”. (RIBEIRO, 2010, p.123).
Nesse momento, definem-se os problemas, esclarecem-se limites pelos quais as ações pretendidas serão desenvolvidas e os procedimentos que serão adotados. “Uma alternativa para a apresentação é iniciá-la com uma discussão mais ampla acerca de gênese do problema, isto é, explicita-se como se chegou a ele explicando os motivos mais relevantes para que (o problema) fosse percebido como tal.”. (RIBEIRO, 2010, p.124).
Deve-se esclarecer o tema e relacioná-lo ao projeto. Detalhar a questão enfatizando a aproximação e o distanciamento identificando-os no contexto e por fim, descreve-se a situação.
3.1.1 Justificativa para elaboração de um projeto
A ação é projetada mediante as necessidades que a organização deseja que sejam atendidas. Nesse aspecto deve-se obter informações quantitativas e qualitativas sobre a situação existente sendo assim indispensável à elaboração do projeto.
Após a identificação da situação-problema devem-se explicitar as razões pelas quais, o projeto será implantado.
“Isto implica o levantamento, análise e a interpretação dos dados relativos ao problema, o que permite uma visão prospectiva da situação” (RIBEIRO, 2010, p.124).
Deve-se ressaltar que a justificativa não é de ordem pessoal e sim baseada no contexto social a qual se destina. É necessário clareza para a importância dos resultados a serem
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alcançados. “Deste modo apos a descrição da situação existente aponta-se as alternativas de solução e a importância da ação que se propõe realizar, em relação ao empreendimento como um todo.”. (RIBEIRO, 2010, p.125)
3.1.2 Objetivos de um projeto
O objetivo é muito importante na elaboração de projetos, pois é por esses que se definem os propósitos e norteia o trabalho a ser realizado. Assim é necessário que se saiba o motivo pelo qual se deseja responder questões. (Ribeiro, 2010 p.125) evidencia que “a natureza da resposta depende do que se pretende fazer com ela”.
A formulação dos objetivos necessita de certa clareza, dependendo assim de modelos teóricos e uma seleção de praticas especifica ou não.
“Esta clareza determina o sucesso (ou não) do projeto, posto que seja a partir dos objetivos que se estabelecem os indicadores para a avaliação e a adoção de novos procedimentos e de novas ações” (RIBEIRO, 2010, p.125).
3.1.3 Acompanhamento controle e avaliação
Nesta etapa, explicitam-se as atividades realizadas para garantir o êxito do projeto, nos termos gerais e específicos da proposta. Constitui-se em verificação sistemática no desenvolvimento das atividades em função do limite proposto e realizado.
O controle evidencia por quem foi feita a ação. A quantidade e a qualidade são passíveis de controle e servem assim como instrumento de mecanismos de ajuste. Sua efetividade depende de critérios pré-estabelecidos.
A avaliação estabelece valor ao que foi realizado, a partir de acompanhamento de todo o processo sugere-se uma padronização de instrumentos que serão utilizados como (relatórios, questionários, entrevistas, etc.)
Vale lembrar que todos os instrumentos são úteis na medida em que obedeçam aos critérios de objetividade, validade e fidedignidade inerentes a um instrumento cientificamente elaborado. Assim torna-se possível garantir a articulação entre objetivos, meios e resultados. (RIBEIRO, 2010, p.130)
A impossibilidade de controle da avaliação e atividades estabelece-se prioridades obedece a critérios de pertinência, economia e abrangência outro aspecto a ser considerado diz respeito à apresentação dos resultados e ter como referencia dos desvios. Quando mais tempo gasto na preparação da comunicação, mais difícil se tornará a erradicação de aspectos desviantes.
Vale dizer que os processos de acompanhamento, controle e avaliação precisam ter em conta:
-A clareza dos objetivos e das metas a serem alcançadas;
- O reconhecimento de todos os membros da equipe responsável na operacionalização do projeto;
- O reconhecimento da avaliação como fatos de melhoria organizacional;
- A competência para analisar e interpretar critica e, imparcial, os dados obtidos. (RIBEIRO, 2010, p.132)
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É de suma importância que os envolvidos no processo vejam como um instrumento de trabalho pode ser reestruturado quando necessário ressalta-se que um projeto é um meio e não um fim. A realização do projeto também poderá partir do diagnóstico realizado por meio da avaliação institucional. Em ambos os processos tanto na avaliação e na projeção o pedagogo poderá orientar todo o trabalho.
3.2 Recursos Humanos (RH)
O termo RH (Recursos Humanos) se dá ao conjunto de colaboradores ou empregos de uma organização.
A área de recursos humanos tem razão de existir, como todas as outras áreas dentro da organização. No atual sistema capitalista onde se visa sempre o lucro, as áreas da empresa tem o objetivo de melhorar o desempenho da organização utilizando algum tipo de recurso. Assim o RH (Recursos Humanos) tem o objetivo de melhorar o resultado da empresa através do recurso de “pessoas” Müller (2012) afirma que o RH (Recursos Humanos) deve fazer com que os acionistas e a sociedade tenham suas necessidades atendidas, através do conhecimento do trabalho e da atitude das pessoas de uma empresa.
O objetivo do RH (Recursos Humanos) é de alinhar as suas políticas com as estratégias da empresa.
3.3 O pedagogo empresarial e os programas de treinamento
Consideremos que existem pontos importantes para o êxito de atividades de treinamento e que essas dependem de uma atuação precisa do pedagogo empresarial. Dentre eles podemos ressaltar sólido conhecimento sobre planejamento e precisão/clareza de linguagem.
O pedagogo empresarial deve ter cautela para que não confunda um planejamento educacional (processo de ensino aprendizagem voltado à escola) com as atividades que serão desenvolvidas no âmbito empresarial.
Há de ter uma visão precisa (tanto quanto possível) do que se pretende com o treinamento/formação de recursos humanos dentro de um espaço de tempo previamente demarcado (mesmo que dentro de uma política empresarial mais abrangente, as atividades de treinamento/formação atendem a objetivos/necessidades específicos a serem enfrentados em curto prazo. (RIBEIRO, 2010, p.109).
O que se pretende com o resultado, precisa estar claro nos termos do conhecimento, controle ou atitude dos treinados.
Na formulação dos objetivos, esse tem a função de materializar os propósitos das atividades, marcando certos padrões a serem atingidos utilizando uma linguagem concreta evitando formulações excessivamente abstratas. Alem disso, se faz necessário que o planejamento efetivo não seja feito com palavras bonitas é de suma importância que as formulações sejam precisas e enfoquem o pretendido.
Segundo RIBEIRO (2010, p.110) as etapas são detalhadas minuciosamente em estreita simbiose com as características do grupo ao qual se destina.
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4. Discussões e Resultados
Segue abaixo gráficos e tabela para uma breve discussão sobre temas importantes em pedagogia Empresarial.
Figura 1 – Ciclo Atitudinal
Fonte: Albuquerque, 2012
Na figura 1, pode-se observar que antes de tudo o pedagogo deve ter atitude e através disso, perceber estratégias a utilizar nas empresas. Em linhas gerais, será essencial que o mesmo não perca tempo aplicando métodos numerosos, perdendo assim os propósitos da formação e da empresa. Esse programa de treinamento deve ser pensado com antecedência, assim como a seleção dos métodos que visem respeitar os princípios dos desenvolvimentos das técnicas e competências, bem como o relacionamento social.
E para atender as mudanças constantes no mercado de trabalho, onde as empresas se obrigam a ter cada vez mais responsabilidades sociais e atender os clientes com alto padrão de qualidade, entra em cena o pedagogo empresarial para atuar na área de gestão de pessoas, nas organizações de diferentes portes e setores, viabilizando o desenvolvimento e a integração dos processos de gestão e os relacionamentos internos e externos, bem como a implementação de programas de ação em relação à formação, aperfeiçoamento, processos de superação do conhecimento, das competências e das habilidades e mudanças no comportamento das pessoas na empresa que propiciem as almejadas vantagens competitivas gerenciais. (CEZAR, BIANCHINI, PIASSA, 2008)
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Figura 2 – Pilares da Educação
Fonte: Albuquerque, 2012
A figura 2 aponta que é necessário que se desenvolva projetos de aprendizagem para que as mudanças constantes no mercado de trabalho não atinjam maleficamente a organização. Isto pode desestimular o colaborador que necessita de constante preparo. Cabe ao pedagogo utilizar seus conhecimentos educacionais para planejar caminhos a serem percorridos, onde o colaborador se sinta útil e necessário naquele contexto em que está inserido.
Os pilares da educação propõem situações onde o pedagogo empresarial pode percorrer e propor ações inovadoras sob esses aspectos.
Verifica-se que, na realidade destas empresas não existe um trabalho pedagógico, na verdade, é passado o conteúdo aos palestrantes que devem transmiti-los aos funcionários, e estes ao final do processo devem saber executar o lhes foi transmitido fortificando o pensamento tecnicista e o caráter de treinamento para procedimentos.
Quando na verdade é preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros, compreenderem os outros, desenvolver a percepção de interdependência, administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum. (CESAR, BIANCHINI, PIASSA, 2008)
Diferente do que se utiliza tanto na escola quanto na empresa a comunicação deve ter o cuidado de ser eficaz para que não se corra o risco de interpretações equivocadas sobre os temas. Devem-se escolher as palavras adequadamente de modo a evitar conflitos e distorções a compreensão da mensagem em seu fluxo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pedagogia empresarial é um tema muito atual, é um novo horizonte, no qual o pedagogo deve buscar atuação.
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O curso de pedagogia ainda hoje forma profissionais para atuarem em espaços escolares, o que dificulta que esse profissional se coloque diante da sua função na sociedade, a de formar cidadãos e desenvolver em qualquer espaço a prática educativa. A presença do pedagogo na empresa é de suma importância para impedir que o trabalhador na se torne apenas capital humano de uma empresa, mas possa desenvolver suas competências.
Constatamos que o pedagogo poderá contribuir com a formação dos profissionais a educação continuada humaniza o homem, torna-o conhecedor de si e dos outros faz com que este se relacione positivamente com seus semelhantes.
Não se pode dizer que o pedagogo tem uma fórmula infalível ou mágica para atuar. O que ele propõe é uma diversidade de atividades voltadas para o conhecimento que envolve as ações dos indivíduos e um planejamento de um plano de formação continuada voltado às necessidades da empresa. Ainda o pedagogo irá desenvolver a sensibilidade e a atitude dos indivíduos de modo que atendam os anseios dos colaboradores e da organização favorecendo um ambiente de aprendizagem, de colaboração, de trabalho em equipe.
Portanto, o pedagogo empresarial tem a necessidade de ser crítico e visionário capaz de se adaptar as mudanças, contribuir efetivamente para o processo empresarial com o objetivo de se apresentar de forma pratica e teórica a função da área de funcionamento pessoal. Nessa nova perspectiva, o pedagogo deve pensar em uma educação que se estenda além dos muros da escola, ser crítico e ter atitudes, pois será um articulador empregador/pessoal que fará mudanças necessárias através de projetos juntamente com o R.H. (Recursos Humanos) para promover interação dentro da empresa e assim poderá obter novas conquistas nas áreas sob os dois âmbitos trabalhados, colaborar significativamente nos projetos da empresa, ou seja, na sua organização e crescimento como um todo.
Referências
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CEZAR, Andréa Silvana dos Santos. BIANCHINI,Eloâne. PIASSA.Zuleika Aparecida Claro. A Atuação do Pedagogo em Espaços Não-Escolares. Disponivel em:<http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/2/artigo%2021.pdf> Acesso em :29 de outubro de 2012.
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